Iniciativa

A moda também é inclusiva

Alunos da UCPel terão uma semana para desenvolver roupas às pessoas com deficiência

Pequenos detalhes como botões em camisas e fechos de zíper em determinadas peças de roupas podem passar despercebidos para alguns, mas para outros podem fazer toda a diferença na rotina, como no caso de pessoas com deficiência. Fernanda Harter, 21, assim como a maioria das meninas nesta idade, é vaidosa. A cadeira de rodas que ela necessita para se locomover, devido a uma patologia genética (distrofia muscular), não lhe impede de estar atenta às tendências das passarelas. Acadêmica do curso de Serviço Social da Universidade Católica de Pelotas (UCPel), relata que sente falta de uma moda inclusiva. A maior dificuldade da jovem é na hora de se vestir. Blusas com velcro no lugar de botões e calças que tivessem abertura lateral, ou então um jeans mais macio, facilitariam o processo. Pensando justamente em pessoas como Fernanda e em como tornar a moda mais acessível, o curso de Design de Moda da UCPel lança um desafio aos estudantes. Eles terão uma semana para desenvolver roupas a deficientes físicos.

O presidente do Conselho Municipal de Pessoas com Deficiência, Luiz Fernando Miranda Borges, ficou animado com a ideia. De acordo com ele, as roupas exclusivas deixariam o deficiente menos dependente de outras pessoas para ajudar tanto no vestir como no escolher e combinar as cores, em casos de pessoas cegas. Para ele, a moda, em muitos casos, fica padronizada em pessoas magras e altas. "Devido às sequelas possuímos especificidades", ressalta. Fernando, por exemplo, também é cadeirante e opta por roupas largas, pois as justas atrapalham na amplitude dos movimentos dos braços.

De acordo com a coordenadora do curso da UCPel, Lilian Fetzer, a campanha Moda para Todos não foi escolhida aleatoriamente. Teve influência nacional, pois os olhos do mundo estão voltados ao Brasil por causa das Olimpíadas e dos Jogos Paralímpicos. Segundo a professora de Pesquisa e Desenvolvimento de Coleção e uma das idealizadoras da campanha, Ana Timm Soares, esse é o momento perfeito para desenvolver essa conscientização. São poucas as marcas que pensam e fabricam roupas específicas a esse público. "Em Pelotas eu desconheço", enfatiza a professora. Qualquer pessoa deve sentir-se incluída e representada pela moda.

Alguns sites e lojas de outras cidades oferecem produtos personalizados, mas são caros, por isso a cadeirante Fernanda elogia a iniciativa desde que as peças tragam conforto e autonomia, sem perder a identidade, fazendo com que outras pessoas também se interessassem em vestir.

Como funcionará
A ideia foi apresentada na noite de terça-feira aos alunos. Eles se dividiram em grupos mistos de todos os níveis de graduação. O próximo passo será de coleta de dados, na segunda-feira. Os acadêmicos deverão fazer entrevistas com deficientes físicos para entender a necessidade de cada um. Posteriormente, para encerrar as atividades, dia 16 será realizado um desfile. O intuito da campanha é de que os modelos sejam justamente as pessoas que foram entrevistadas pelos alunos. De acordo com Lilian Fetzer, a ideia é que futuramente o projeto Moda para Todos seja ampliado, abrangendo outros grupos como idosos e plus size.

 

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